11.21.2008

corrompido

no princípio, o amava. tinha passado por muitas coisas em sua vida. falsos amores, falsas esperanças, falsas oportunidades. e ele surgiu do nada, lhe trazendo de novo a oportunidade, a esperança, o amor. se via feliz, e não sabia como aquilo um dia podia acabar. sabia que ia ser para sempre. mas o tempo, egoísta como ele é, não deixaria barato. como podia ver alguém feliz pra sempre? isso nunca acontecera antes, em todo o mundo, e não seria agora que ele ia permitir que isso acontecesse. o tempo entrou em ação, e conforme ele passava, trazia consigo as brigas e decepções, uma após a outra. exausta, ela se encontrava num desespero muito grande. o tempo tirou o amor dos olhos dele, o tempo tirou o amor do coração dele. ele não estava preparado para aquele sentimento, e o tempo o convenceu disso. e ela, mesmo sem motivação alguma, tentava. mas poucas vezes obtia o resultado esperado, e podia tê-lo só para si, aquele que ela amava, por alguns instantes. mas logo ele se cansava, e a deixava no mesmo nada de sempre. aprendeu a odiá-lo pelas vezes que a deixava de lado, que se tornavam cada vez mais constantes.

perto dele, não conseguia sentir nada de bom. tentativas frustadas de chamar a sua atenção só faziam com que a vergonha dentro dela aumentasse. perto dele o odiava. sentia raiva daquele que não lhe dava nenhum valor. queria que ele a olhasse, como sempre fazia antes, mas tudo o que conseguia eram algumas palavras de desprezo. perto dele se sentia presa, nauseada. perto dele era o pior lugar para se estar. mas cada vez que se afastava, nem que fosse um pouco, a vontade de tê-lo por perto surgia, e a vontade de chorar era por saudades. o amava de todo o coração, quando estava longe dele. sentia que tudo poderia ser superado se ele estivesse do seu lado. longe dele a única coisa que queria sentir eram seus carinhos, seus beijos, seu corpo. longe dele era o pior lugar para se estar.

foi assim que ele a matou.

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